sábado, 28 de fevereiro de 2009

No banco de um jardim

Quem arranja
um poderio
que em seu nome
oferece
padece, em suor frio
entre o que a alma quer
e o que merece

Nas tardes
de nebulosa frente
em nada mais se anseia
que a multiplicidade
em horas
de sensatez tamanha
encontro no escuro
a felicidade

Aos deuses
com que me deparo
nada peço
e a nada rezo
procuro sim, a imensidade
do que tocando
se esfuma em desejo

Pobres daqueles
que oiço terem
encontrado o lume e a foz do cepo
a pele arde, o corpo incha
e fogem os temores
à saciedade

Caiu a sombra
sobre a terra coberta
Deixou-se escura
o que se pressente.
Às horas vagas, diz-me o ser de antemão
que a hora
santa
nasce do querer
de uma recordação

Sem comentários: