quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Em 50 anos



Estes Romanos continuam loucos...


segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Christmas Time...

Novembro está aí e, com ele, começam as campanhas para o Natal. O burburinho já se nota, sobretudo pela pequena explosão de publicidades a marcas de perfumes que sucede quase sempre nesta época. São as mais originais, ainda que nem sempre as ideias sejam bem desenvolvidas. Deixo aqui algumas das que considerei mais criativas.
















quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Em divina comédia


Um tempo houve em que a chuva

era feita de rumores e anseios

hoje bate, sopra, sacode

e perturba apenas

os meus sonhos


Um tempo houve em que a água

era rio, era porta, era fronteira,

hoje escorre pelos riachos das serras.

da mata, da vinha e do olival,

e compõe bucólicos quadros de passeios,

de letras em música

e de inspirações sem papel



O piloto sobrevoa aquela nova terra

que em nada muda nem se adensa;

da pequena que contava histórias,

fazia promessas,
vê o piloto que pouco mais há

que a envaideça


Tempos houve em que a memória

era feita de sonhos e desejos,

hoje a sereia perdeu a voz

e esconde ao mundo os seus projectos,

pois nada mais são


nada mais querem
que à semelhança dos outros

sua imagem descreverem

Tempos houve em que o tempo
corria lento, na madrugada,

hoje é águia, é passatempo,

é conversa de passageiros

e de fantasmas

Volve a mudança

na sua perda

que em nada mais se quer ficar
o eterno é a sua presa

o imediato o seu julgar

Aos ateus que desconhecem o tempo

confessa-se um Deus

enigmático...



Certo dia contou uma piada

fez dela verdade, fez dela destino,

o homem acreditou, contrariado

por ter que obedecer

a tal fatalismo


Esse Noé, que nome fora,

acolheu em si todos os tempos

perdeu histórias

perdeu intentos

e partiu à descoberta

de novos sonhos



Questionou fronteiras
questionou temores

maldice de santos

contou pecadores



Volveu o tempo

volveu a História...

transformou-se terra, transformou-se homem,
ambicionou-se tudo

criou-se a desordem



Noé descobriu que Deus

em comédias de Vigilantes
comprira os seus veredictos

e tornara certas as cantigas

que mais que de amor,
são de amantes

Estranha piada é essa do tempo

que cobra de alguns os desejos contraditos!

És obrigado a cumprir

o que por medo tinhas esquecido...


Que resta de ti agora?
Que resta do que eras?
Esse Deus realmente tem piadas

que não pertencem a esta comédia!!

Voa piloto, voa...

procura nas matas esses tarecos
que a sereia descobriu que o sussurro
apenas aos deuses é confesso

e as comédias são vicentinas

até onde o homem é sincero.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

A melhor cena de um filme (II)

Confesso que já gostei mais de A Paixão de Shakespeare do que gosto actualmente e 7 óscares para tal obra ronda hoje o exagero. No entanto, fora uma ou outra parte, continuo a considerar o argumento excelente. Ontem, mas minhas incursões pela madrugada, apanhei-o na TVI. Lembrei-me de rever uma das cenas que mais gosto nesta obra. Para apreciarem.

De outras narrativas de Macau




"...a falta das luzes, o impacto cromático na negridão de uma noite sem estrelas. Recordo a torre em forma de lótus, uma monstruosidade arquitectónica que aprendi a apreciar. A praça, o largo, a Sé, a calçada. O MacDonalds às 2 da manhã na Rua do Campo e o sunday, de chocolate, que me lembrava a globalidade. Os dourados, o fausto, o busto de sua excelência, as gôndolas, as lojas de marca, as joalharias, os corredores infindáveis de uma Veneza sem Carnaval. Encontro-me nas noites de insónia com o colega de casa, nas conversas existencialistas, filosóficas e políticas, ouvindo e semi-vendo a desventuras da Mariete e do Godunha ou as histórias eternas do Conta-me como foi. Corria o rio das Pérolas e ao longe a torre lembrava das Américas sem enredos e bandas-sonoras. E eu deitada na cama, sobre aquela meia lua de medos, chorando por uma memória que já não contava histórias, nem poemas, nem sonhos..."


terça-feira, 13 de outubro de 2009

A 13 de Outubro, 92 anos depois...



Estreia hoje, em Portugal e nos EUA, uma produção britânica sobre as Aparições de Nossa Senhora em Fátima. Para os crentes e não só...






Marta

Mnemosine

Elas enlaçam o porquê dos sonhos

e traçam as questões da nossa retórica
encabeçam o tacto
invadem os cheiros
rareficam os momentos
que compoem uma história

Questionam o tempo
que é feito de esperanças
e enlaçam as crenças
que em religiões avançam,
ajoelhamo-nos ao altar
descrevemos o terço
e rezamos às imagens
de um pequeno mas eterno apreço

Elas enlaçam os toques, as essências e os tons
fazem de pequenos acordes
músicas sem compositor

Ataca Mnemosine
que nem a Zeus julga obedecer
permanecem os pedaços e as notas
das histórias que ficaram por escrever

sábado, 10 de outubro de 2009

A Febre Indiana




Water/Água


Numa altura em que meio Portugal parece andar encantado com o mais recente trabalho de Glória Perez, por mais folclórico e Bollywood que seja (e aquele final foi definitivamente...estranho), lembrei-me de rever um filme indiano, de produção independente, que esteve entre os nomeados para o óscar de melhor filme estrangeiro em 2007, tendo sido nomeado e ganho diversos prémios por todo o mundo. Numa cooprodução entre a Índia e o Canadá, o filme encerra a "trilogia dos elementos", da controversa realizadora indiana Deepa Metha, onde sobressaem sempre temáticas ligadas ao mundo feminino na Índia. Assim, após "Fire" e "Earth", surge este "Water" ("Água"), um retrato do universo das viúvas naquele país, no momento em que as palavras de Ghandhi começavam a questionar as tradições hindus.

O filme começa com a história de uma menina de oito anos cujo marido morre logo após o casamento. Sem se lembrar sequer do seu novo estatuto, é deixada pela família numa casa de viúvas, onde através do seu olhar inocente nos vamos apercebendo do quotidiano e da vida a que eram votadas aquelas mulheres, de castas altas e baixas, e das razões que foram permitindo a manutenção do sistema. O filme encerra com a informação de que, mesmo actualmente e apesar das novas leis, ainde milhares de mulheres são deixadas em viuvários, onde as aguarda uma vida de privações e mendicidade.

Para quem desconhece algumas características da Índia, certos pormenores escapam, mas a história não é, por si, difícil de seguir. Ao mesmo tempo, acompanha-se o evoluir dos tempos e ganha-se uma nova perspectiva das transformações catapultadas por Ghandhi, assim como a mentalidade que conserva as tradições hindus. "Água" é assim um manifesto à expressão das mulheres e à luta pelos seus direitos, mostrando que, apesar das mudanças, ainda há muito que fazer, em muitas partes do mundo.

A película possui ainda cenários e uma fotografia lindíssimos, onde predomina o elemento da Água, associado aos vários rituais indianos e à sua fonte de purificação. De destacar ainda a sequência final, de vir as lágrimas aos olhos, que deixa um esgar de esperança ás futuras gerações.

Para quem gostou do "Caminho das Índias" ou para quem gosta simplesmente de bom cinema. Ou para quem, simplesmente, anseia por ver algo diferente.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Em tempo de Nobel


in Público




Presidente vê o prémio como "afirmação da liderança americana"
Barack Obama diz receber o Nobel "com profunda humildade"







09.10.2009


O Presidente Barack Obama afirmou-se “surpreendido” e disse ter recebido com “profunda humildade” o Prémio Nobel da Paz. Este prémio não é um reconhecimento dos seus “próprios sucessos”, declarou, mas uma “afirmação da liderança americana em nome das expectativas de pessoas em todo o mundo”.
O líder norte-americano adiantou que estava longe de esperar ser galardoado com o Nobel. “Estou ao mesmo tempo surpreendido e sinto-me profundamente humilde com a decisão do comité Nobel”, disse aos jornalistas reunidos na Casa Branca. “Não olho para isto como um reconhecimento dos meus próprios sucessos, mas sim como uma afirmação da liderança americana em nome da aspirações das pessoas em todo o mundo”, cita a Reuters.
O Presidente disse “aceitar este prémio como uma chamada para a acção”. E as acções que há a tomar não dizem respeito apenas aos Estados Unidos, mas a todas as nações do mundo. “Não podemos aceitar as crescentes ameaças impostas pelas alterações climáticas, que poderão prejudicar para sempre o mundo que vamos passar às nossas crianças, a propagação dos conflitos e da fome, a destruição das linhas costeiras e a desertificação das cidades. E é por isso que todos os países devem agora aceitar a sua parte de responsabilidade pela transformação na forma como usamos energia”, declarou.
Obama aproveitou para apelar ao fim da discriminação: “Não podemos permitir que as diferenças entre os povos definam a forma como nos vemos uns aos outros. E é por isso que tem de haver um novo começo entre pessoas de diferentes fés e raças e religiões, assente no interesse e no respeito comuns”.
Nos esforços globais, Obama inclui a resolução do conflito israelo-palestiniano e o direito de ambos os povos a “viverem em paz e segurança em nações suas”.
Também se referiu ao trabalho conjunto para “um mundo sem armas nucleares”, e aos desafios impostos pelos que ameaçam a segurança dos EUA e do mundo. “Sou o comandante-supremo de um país responsável por terminar uma guerra e a operar num outro teatro para enfrentar um adversário implacável que ameaça directamente o povo americano e os nossos aliados.”
“Para ser franco, acho que não mereço estar na companhia de tantas figuras transformadoras que foram honradas com este prémio, homens e mulheres que me inspiraram e inspiraram o mundo inteiro pela sua procura corajosa da paz”, adiantou. “Mas também sei que este prémio reflecte o tipo de mundo que todos aqueles homens e mulheres quiseram construir, um mundo que dá vida à promessa dos nossos documentos fundadores”.
O Nobel foi atribuído "pelos esforços diplomáticos internacionais e cooperação entre povos". “O comité deu muita importância à visão e aos esforços de Obama com vista a um mundo sem armas nucleares", declarou o presidente do órgão que escolhe o laureado, Thorbjoern Jagland. "Só muito raramente uma pessoa conseguiu como Obama capturar a atenção do mundo e dar às pessoas esperança para um futuro melhor", afirmou ainda o comité, avaliando que “a diplomacia [de Obama] é fundada no conceito de que aqueles que lideram o mundo têm de o fazer tendo por base valores e atitudes que são partilhados pela maioria da população mundial”.
Obama fez do desarmamento nuclear topo das prioridades da sua política externa, relançando negociações com a Rússia e fazendo mexer o tabuleiro internacional no sentido de pressionar as duas consensuais “potenciais ameaças” nucleares (Irão e Coreia do Norte). Outra prioridade é reactivar o processo de paz no Médio Oriente. No mês passado, liderou a histórica reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas em que foi aprovada de forma unânime uma resolução instando os países dotados de armamento nuclear a reduzirem esse poder bélico.
Mas, apesar dos ambiciosos objectivos internacionais, o Presidente norte-americano ainda não conseguiu romper o impasse nas negociações entre israelitas e palestinianos, tão pouco obteve quaisquer resultados no que toca ao polémico programa nuclear iraniano. A par disto tem pela frente muito difíceis escolhas a fazer nos terrenos de guerra em que os Estados Unidos estão envolvidos, à cabeça sobre a forma como conduzir a guerra no Afeganistão.
in Fundação Prémio Nobel
"for his extraordinary efforts to strengthen international diplomacy and cooperation between peoples"

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Em busca dos Clássicos (I) A Janela Indiscreta


Uma tarde bem passada na companhia de Hitchcock. Um filme excelente, com uma fotografia lindíssima e uma história deliciosa, onde não falta o inevitável suspense. Apenas algo a anotar: não fosse a ver os extras, não me teria apercebido de alguns pormenores finais, devido a uma conclusão um pouco abrupta. De resto, o filme apela por uma beleza muito própria, um sem número de histórias paralelas e uma realização magistral que nos coloca a todos à janela...

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Aos 99 anos

A luta continua?...

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Foi há 60 anos


clicar aqui para ler artigo da Lusa