terça-feira, 22 de abril de 2008

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Páginas sem linhas - as senhoras e as damas







Não negues, Senhora,


que vives num palácio de vidro!


Não negues, Senhora,


que ignioras o que o mundo te traz!


Não negues, Madame,


que desconheces


e ignoras


a má língua da populaça


que frusta


e afasta


mas que tem o seu porquê,


a sua realidade.



Senhora, bela lady,


pareces ter o mundo a teus pés.


Não te esqueças,


por quem pedes,


Que a queda,


quando acontece,


leva tudo o que consigo


ergueu.


É o perigo


da ascensão,


que pode ser rápida


vertiginosa


mas que depressa se arroga


aos caprichos do pecado.



Os senhores lá do topo,


que têm manias de magestade,


olham as Senhoras como pouco,


sementes de uma parca novidade.


Cabe às senhoras, com respeito,


atendendo de antemão à queda,


que o pudor,


mesmo refeito,


nunca ou jamais se recupera.



Atrás das Senhoras,


de porte aristocrático,


estão as damas,


de suprema nobreza,


a essas que ninguém estende o manto


e são, simplesmente, esquecidas


pela realeza



Mas às damas a quem me confesso


não posso negar igualdade


Pois apesar de nunca ter tido preço


sei reconhecer, de perto,


a felicidade



São mais baixas,


choram de amargura.


São mais modestas,


perdem, por vezes, a compustura.


São receosas,


tudo lhes causa pânico.


Vivem ansiosas


pelo trabalho bem feito.



O real é feito de damas e senhoras,


todas elas com as suas qualidades.


Mas umas espantam-se pelas coisas que têm,


pelo que conseguem


pelas suas capacidades;


As outras nunca compreendem


porque chegado o topo


tudo parece pouco


e aos olhos dos outros


recebem crueldade



As damas e às senhoras


apelo apenas


a um pouco de honestidade

terça-feira, 15 de abril de 2008

terça-feira, 8 de abril de 2008

Mundo

Quando se acha que o mundo lhe pertence é como acordar todos os dias com a certeza que a morte nunca há-se chegar. É reconfortante! Saber que não se tem nada a temer, que não existem arrependimentos capazes de o fazer voltar atrás. Não se sentir inútil, vazio, um simples estranho, sem rosto ou sonhos no meio das massas.
Há que goste de ser multidão. Misturar-se nas vagas que percorrem as ruas em busca de ideais. Não interessa se são bons ou maus, justos ou injustos, desde que preencham o vazio de sentido tudo é possível. Talvez por isso existam radicais, extremistas. Pessoas que não conseguem coexistir no meio termo, apenas no limite.