quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

o outro lado





Desconcertados com o que viam,
ou julgavam ver,
quiseram, Sol e Lua, trocar,
ou compreender,
esse odor do outro lado 
que é o mundo
por conhecer

Nasceu a terra do avesso
convertida nas aspirações
de si mesma

o homem nasceu velho
a rosa cresceu murcha
discutiam-se biberões nos parlamentos

as crianças já não brincavam,
pensavam com pavor no futuro,
os animais já não corriam
permaneciam encarcerados nas gaiolas

o tempo parou.
aquecia quando deveria chover
chovia quando se desejava calor,
o vento soprava ao almejar-se a maresia
o pó feito terra fendia os campos de cultivo

Para quê querer-se o desconhecido
e o que se quer conhecer?
o mundo, mesmo convertido,
nunca deixa de o ser.
Sol e Lua retrocaram,
quiseram regressar,
pois antes a ilusão do que é vago
que a dura realidade
por constatar




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