Ao observador
Numa noite de parcimónia, sete ou oito lobos - criaturas da lua nova - desembocam em alcateia na gruta das mil flores. A ceia é a penumbra, o anseio traduzido em ser. Ela dança num canto poético de sombra iluminada, transparência que apela à essência de uma alma por encontrar. Ele observa, qual sonhador irracional, que a razão é por razão o sentido do querer. A outra soletra, em notas de Dó, os trechos sem nexo de uma sonata sem nome. Os outros gritam, do bravo que é ousado, pois a noite mesmo que negra possui relatos de compassos e de pautas musicais.
Chamaria Guiddo, o D'Arezzo, para me acompanhar nesta minha descoberta simbólica. Da folha em branco pautada em paralelas, sem ritmo, compõe-se uma cadeia sonora. Aquele que pertence a outro, que fez aquilo e fará aquele outro também...
Noites de Música!
Houve tempos em que o silêncio acalentava a alma do sonhador, do pastor sem razão, do naturalista. Em século do tudo, arreia-se o disco como troféu do herói. Foi com ele que consegui, foi com ele que me afirmei. Todo o resto por ti sofri e nesse reencontro me encontrei.
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