quarta-feira, 27 de junho de 2007

Encanto Surrealista

Ao adormecer
Temo os meus sonhos,
Pesadelos
Que não sei controlar

Procuro nesse labirinto surrealista
As gavetas que o meu Contador
Deixou abertas
E encontrar nelas
As páginas inauditas da minha existência

Paciência?
Freud não vive mais
Para se perder
Em interpretações de sonhos.
Eles vêm,
Autênticos vulcões insanos,
Das mais estranhas criaturas

Um cavalo levanta as patas dianteiras,
Irado
Viciado
Num tal estado,
De fúria,
Que faz tremer
O meu sossego

Nestas alturas
Tenho medo!

Medo de não encontrar
A ponta do iceberg,
Ficar preso ao Contador,
Esquecer prazer e dor
E viver
Eternamente
No sonho.

Não parece má ideia,
Esta de não mais acordar,
Contudo
Preferir a realidade
Ser dono da minha verdade
Sentir a liberdade
Traz mais satisfação
E ardor
Que não ter mais que o amor
E a felicidade
No horizonte do futuro.

E viver a saudade
De possuir,
Nesta realidade,
A lembrança de teus olhos nos meus,
Dois amorais
Dois ateus
Nos bosques de Citereia.

Fecha as gavetas Contador
Que quero viver essa dor!

Vou apelar ao aquecimento global,
Quero o iceberg derretido
E o meu mundo diluído
Na mais pura essência
Do que sou,
Sem patamares
Sem outros quem.
Ser apenas eu
E mais ninguém

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