domingo, 3 de junho de 2007

Cartas a um desconhecido - V


Onde estás? Estou á tua espera! Enquanto estiveste comigo nunca me preocupei com a tua ausência, mas… agora… Como explicar? Sinto a falta dos teus braços e das tuas palavras. Sinto a falta dos teus contornos e do sabor a vitória que me proporcionavas. Fazias – me sentir viva, útil, como sempre me quis sentir! E eu não chorava. Eu gritava a felicidade que sentia por estares comigo, por me protegeres e acariciares como se protege e acaricia alguém que se ama. Escrever por escrever, para me sentir completa, partilhar as mil e uma ideias que tinha na mente, as conjugações de palavras, as metáforas, hipérboles, eufemismos e paradoxos de uma existência que então começava… Hoje estou só. Perdi a pena e o tinteiro. Olho para ti como obrigação e a minha mente está vazia. Que faço? Como explicar este vazio que sinto? Volta para mim, volta para os meus braços! A saudade que me consome despedaço a minha alma, a minha sede de querer ser, querer partilhar e ouvir alguém dizer: sim, és capaz!

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