Gosto de escrever sobre o final da tarde quando todos se recolhem em suas casa e olham atentamente para o pôr do sol. No campo, na praia,na cidade ele tem sempre a mesma magia, a mesma melancolia. Nas tardes de verão ele torna-se mais luminoso, mais belo,
mais romântico... Quantas histórias não terão começado num simples pôr do sol e que terão dado destinos tão variados às diversas personagens? O Afonso, aquele que trabalhava na leitaria do Sr. Carlos, partiu para os Estados Unidos deixando para trás toda a história das suas mágoas e tristezas e tornou-se num homem rico e influente. A Catarina, aquela professora simpática da escola secundária, casou e foi muito feliz mas acabou por morrer num acidente trágico numa manhã triste denevoeiro. Aquele casal que se encontrava às escondidas na igreja de Santa Filomena acabou por separar-se e nunca mais se voltaram a encontrar.
E assim termina uma daquelas histórias que, começando com tão belo cenário, acabam por dar fins inexplicáveis às suas personagens.
Esta história também começa numa tarde de Verão em que o crepúsculo começava a dar o ar da sua graça. Num grande parque, único espaço verde de uma grande cidade, um cão velho e com aspecto de sábio, está deitado ao pé de um dos bancos do jardim. Por ele já passaram muitos cenários semelhantes. Ainda se lembra daquela tarde em que o
Banco fora assaltado e que ele apanhara o ladrão com uma valente mordidela. Desde então passara toda a sua vida vigiando aquele parque juntamente com o seu dono, o velho guarda Fonseca.
Chamam-lhe o Adamastor. Nunca percebeu a razão daquele nome. Uma certa vez ouvira alguém dizer que se tratava de um gigante solitário que fora transformado em rochedo por ter ousado amar a filha do deus do mar. E que, um certo dia, se viu confrontado com navegadores portugueses que quase morreram esmagados nos seus rochedos. Mas à excepção de ser um velho cão solitário não via outro motivo para lhe
chamaram de Adamastor. Só o nome já lhe fazia lembrar a areia e ele detestava areia.
Isso era coisa de gatos.
Naquele momento Adamastor olhava para o pôr do sol e, ao lembrar-se da história do seu nome, lembrou-se de uma história que presenciara naquele mesmo parque, sob aquele mesmo sol, sob aquele mesmo entardecer. Assim como o gigante de pedra se vira numa luta do bem contra o mal também ele conhecera alguém que se vira entre essas duas forças opostas. Sim... fora há muitos anos, numa manhã de janeiro, que tudo começara.
mais romântico... Quantas histórias não terão começado num simples pôr do sol e que terão dado destinos tão variados às diversas personagens? O Afonso, aquele que trabalhava na leitaria do Sr. Carlos, partiu para os Estados Unidos deixando para trás toda a história das suas mágoas e tristezas e tornou-se num homem rico e influente. A Catarina, aquela professora simpática da escola secundária, casou e foi muito feliz mas acabou por morrer num acidente trágico numa manhã triste denevoeiro. Aquele casal que se encontrava às escondidas na igreja de Santa Filomena acabou por separar-se e nunca mais se voltaram a encontrar.
E assim termina uma daquelas histórias que, começando com tão belo cenário, acabam por dar fins inexplicáveis às suas personagens.
Esta história também começa numa tarde de Verão em que o crepúsculo começava a dar o ar da sua graça. Num grande parque, único espaço verde de uma grande cidade, um cão velho e com aspecto de sábio, está deitado ao pé de um dos bancos do jardim. Por ele já passaram muitos cenários semelhantes. Ainda se lembra daquela tarde em que o
Banco fora assaltado e que ele apanhara o ladrão com uma valente mordidela. Desde então passara toda a sua vida vigiando aquele parque juntamente com o seu dono, o velho guarda Fonseca.
Chamam-lhe o Adamastor. Nunca percebeu a razão daquele nome. Uma certa vez ouvira alguém dizer que se tratava de um gigante solitário que fora transformado em rochedo por ter ousado amar a filha do deus do mar. E que, um certo dia, se viu confrontado com navegadores portugueses que quase morreram esmagados nos seus rochedos. Mas à excepção de ser um velho cão solitário não via outro motivo para lhe
chamaram de Adamastor. Só o nome já lhe fazia lembrar a areia e ele detestava areia.
Isso era coisa de gatos.
Naquele momento Adamastor olhava para o pôr do sol e, ao lembrar-se da história do seu nome, lembrou-se de uma história que presenciara naquele mesmo parque, sob aquele mesmo sol, sob aquele mesmo entardecer. Assim como o gigante de pedra se vira numa luta do bem contra o mal também ele conhecera alguém que se vira entre essas duas forças opostas. Sim... fora há muitos anos, numa manhã de janeiro, que tudo começara.
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