Depois da meia-noite o desterro. Não querer recolher em dose absoleta porque nela se encerra o arrependimento, o sofrimento e a desconfiança. Contudo, porque não acalentar a recordação e a memória de horas de regozijo e despreocupação, risadas mais ou menos inocentes e desejos sinceros de paz no mundo e o fim da fome? Por mais um segundo, pesa-se o tempo em consciências que idolatram a racionalidade e o milagre da existência. Em mais um segundo, imprime-se uma imagem de saudade - com ou sem remorsos - que pode não ser perfeita, pode não ceder à felicidade, mas encontra mais que o jogo a derradeira forma de o decifrar, de olhar a jeito do que a terra é e o que o homem quer ser. Depois vem o desterro.
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