quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Narrativas de Macau (2)



Eu fiz de um templo a minha casa. Não brinco nem exagero! Talv
ez p
or sentir neles o pulsar de uma terra que sempre foi minha. Pelos que passam, pelos que sofrem
, pelos que simplesmente rezam a entidades que não aprendi a adorar, mas que, num certo princípio, correspon
dem todos à mesma vontade, a
o mesmo ideal e à mesma esperança.
Percorro com sentido as ruas de Macau. Mapa sobre o braçø, palmilho caminhos de objectivos traçados e leis definidas. Todos me observam com interesse. Não me compreendem, mas eu tento fazê-lo. Em vão? Umas vezes sim, outras nem tantp. Não foram perdidos os meses de trabalho sobre uma estranha escrita. Hoje assume formas, assume ideias, e a terra que se julga estranha pertence a um mapa interior para um reconhecimento desejado. Por muito longe que esteja, estou perto de casa.
É uma pena estar sozinha...
Não que o lamente, simplesmente o ignoro. Como se ignora o tempo, a mudança, a distância. Continuo na terra e não me sinto longe do berço. A mãe liga, o pai também. Conto-lhes breves historias desse mundo no qual hoje divago e considero: o trabalho sempre soturno mas admirável, as amigas - breves sinas - imberbes de uma nostalgia pura, as pessoas por quem passo, que não me conhecem mas questionam, os prédios altos 
e sujos, as casas escuras, o delírio emocionado de quem 
ainda descobre.
Amanhã será outro dia.

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