No ano novo chinês, compra-se um vaso com uma tangerineira em fruta. Ao seu lado colocam-se flores vermelhas, simbolo da felicidade, e todo o género de adornos, desde fitas como no Natal, a lanternas chinesas, a pequenos cartões de boa sorte. Estes cartões dourados, com pequenos dizeres na fronte e uma moeda no interior, são oferecidos pelos casais às moças e moços solteiros, para a fortuna os contemplar no novo ano. Da mesma forma, quem colher um ramo da flor de cerejeira, que por todo o lado adorna a cidade, terá sorte no amor (ando a pensar roubar um vaso algures). São tradições antigas e por todos respeitadas, admiráveis até para quem as tenta compreender. Logo se verá o famigerado dragão…
Quem não tem nada com que se preocupar e passeia alegremente pela cidade iluminada, vai olhando para estes costumes e particularidades com genuino interesse e alguma boa disposição. Os chineses, afinal, pouco têm de acanhados. Falam, gritam e até questionam se encontram retrospectiva. Toda a gente fala inglês, as lojas são minúsculas e propagagam-se sem fim. Incrível as condições em que algumas pessoas vivem! E, no entanto, trabalham, vivem, alegram-se. Aqui é que se aprende o que é trabalho…
Nos meus passeios já percorri parques, lindíssimos, igrejas, mesquitas e templos. Num pequeno espaço natureza de uma beleza poética. Logo ao lado – mesmo pegado – edifícios enormes, horríveis, sujos e sem poesia. O melhor e o pior que se combinam e que levam novos e velhos a procurar aqueles recantos de beleza. Neles, vejo com frequência jovens acabados de vir das escolas, alguns julgo que em estado zen ou quase a precisarem de uma desentoxicação. Todos de farda, imagem de uma colectividade, de uma ideia de grupo, de classe, que o comunismo aprecia e que – afinal – acaba por marcar uma identidade e uma forma de estar, um certo tipo de interesses, uma certa forma de vida.
Mas o que mais me impressiona såo as fardas das miúdas. Saia, tudo bem! Mas são mesmo mini-saias, daquelas que os meninos gostam de levantar ao de leve ou olhar por debaixo da carteira. Sinto-me a entrar no universo dos animes e mangas janponeses, cujos trajes nunca pensei serem tão similares à realidade. E mais nem sequer estou no Japão.
Por isso, cara mana, hei-de enviar-te umas quantas fotos destas maravilhas do mundo oriental. Se encontrar a Bunny, não me vou esquecer de ti. Da próxima trago mais pérolas desta terra tão longe de casa.
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