Olho-te e vejo-me. Quem sou eu? Uma pergunta tão presente que quase nunca a articulo. Quando de ti tenho em mim, personagem quase sem rosto de tanto que ele se mistura com o teu. Que tens que a mim me pertence? Quanto de nós partilhamos? Acreditar que sou única por vezes é improvável. Sou um ser. Um conjunto de dois que outrora foi uno. Por isso, hoje, sinto-me contantemente na tua pele. Oiço os teus pensamentos, vejo as tuas memórias, sinto as tuas emoções. Sofro, algro-me, vivo contigo. E um dia, como será?
Como será quando chegar o dia da derradeira separação. Não, não quero pensar nisso! Mas penso. Eu sou assim: não consigo deixar de pensar. Pensar no que poderia ser e no que sou, sonhar com tudo o que está para vir e o que já passou. Pensar tendo-te a ti sempre presente na minha pele.
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