Gostaria de dizer umas quantas palavras: ao capitalismo. Se te amamos nos momentos de gozo, odiamos-te profundamente quando chega a crise, consegues ser amigo e inimigo no mesmo papel, amante e esposo na mesma encarnação, deus do sol e dos infernos no mesmo dia. Odio aquela dependência à qual o homem nunca consegue fugir. Odeio aquela dependência que, pior que a droga, retorna sempre à carteira anfintriã. Odeio o facto da sua existência ser a causa do declínio de tantas coisas que gosto.
Voltarmos a ser simples pessoas sem ganância é um sonho por demais longínquo. O mundo vai apodrecendo na sua própria evolução e progresso. Mas detestar este inimigo/amigo torna-se quase um pecado quando ele nos fornece o pão, a comodidade, a riqueza, ainda que apenas a uns pouco de nós todos. Houve quem defendesse que a pobreza, a igualdade chegasse a todos. Mas ninguém suporta essa existência. Pelo menos eternamente.
Basta assim rogar ao capitalismo que a ganância dos homens volte a retornar o que nos tirou. Nem sempre é possível e poucas vezes é fácil. Mas, pelo menos, neste nosso amigo existe flutuação. Talvez as ondas tornem a virar para o nosso lado...
Sem comentários:
Enviar um comentário