quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Cartas a um Desconhecido XI - Perfeição

Lembro-me de ti...
Como não me poderia lembrar? Naqueles dias em que entravas, de mansinho, pela minha porta e me dizias as coisas que eu sempre sonhara ouvir. Lembro-me de ti como nos lembramos de uma promessa. As palavras que ficaram por dizer, os sorrisos que ficaram por traçar, os sonhos que me recusei a esquecer.
Noutros tempos recusei a lembrança. Hoje, só, não posso deixar de constatar que, na minha memória, nunca desapareceste. És uma sombra, uma imagem dilatada do que realmente foste, mas continuas presente, continuas a fazer-me companhia. Nas horas boas e más, mas, hoje, sem defeitos - apenas guardei as tuas qualidades. Quando estavas presente, por vezes, odiava-te. Hoje reconheço que anseio por esses pequenos traços de personalidade vincada em desformidade. Agradeço assim todas as tuas faculdades de alegria, todas as tuas palavras de conforto e uam companhia que, sei-o, nunca voltarei a gozar em toda a plenitude.

Mas...estranhamente... não me importo! Porque me haveria de importar. A tua imagem é-me muito mais bela agora do que quando estavas comigo. Conservo de ti o melhor da tua presença e esqueço o que me desagradava, o que me corruia. Hoje, és perfeito. E que bela é a Perfeição!!!!

2 comentários:

Linasolopoesie disse...

Se mi dici in che lingua scrivi io col traduttore leggo il tuo blog
a presto lina

claudiagameiro disse...

Português - Portugal