quinta-feira, 5 de julho de 2007

Renascença

Que caminho é este, minha Mãe,
Que visiono na minha frente?
Nas costas já carreguei
Todo o peso do Mundo,
Porém ainda estou perdido
Em ilusões de abundância
De um sonho que nunca virá!

Que caminho é este, minha Mãe,
Para onde já não sei como caminhar?
Dos amai-vos uns aos outros que Ele nos ensinou
Já não sei como rezar!
Fruto do ódio dos homens,
Morri sem vontade de amar!

Que caminho é este, minha Mãe,
Que nas mãos já me brotam os calos da inchada de chumbo
E da terra que não soube lavrar?
Meus pés sangram, meus olhos se fecham,
Minha pele se enruga, minha voz se ressente
E eu não consigo mais procurar...

Contudo, nas páginas do Livro,
Encontrei por fim este caminho,
E com ou sem alma destroçada
Sei já qual terá sido o meu destino
E quero entregar-te a ti, mãe, todo o amor
Que porventura ainda carregue no meu coração!

Quero, contigo Mãe, oferecer
Minha vida
Para ser o caminho de amor
Que meus irmãos
Necessitam

Quero dar as mãos,
Quero ver a cor da vida,
E se na cruz ainda sobrarem dez pedaços da minha carne
Aos abutres os recomendo,
Pois dela agora brotam
Dez sinais de esperança para o Mundo
Que em tempos quis construir

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