quinta-feira, 5 de julho de 2007

O Sótão - trecho

Os três irmãos permaneceram ali até a chuva diminuir e a lua voltar a brilhar. O sol nasceu, o vento parou, a aurora surgia em todo o seu esplendor e alegria. Tinha sido o fim, o fim de tudo, o fim de todos. O dia amanheceu uma vez mais, anunciando um novo recomeçar. Uma vida que cresceria a partir dali, daquele momento. Uma ânsia de felicidade que acompanhava uma doce paz. Uma paz que a tudo abrilhantava e concedia uma segunda oportunidade para recomeçar. Tê-lo-ia dito, aos três irmãos, aquele Deus a quem Ricardo falara, mas teriam que descobri-lo por si próprios através das suas próprias decisões. Cresceriam, envelheceriam e acabariam por concluir que tudo tivera o seu fim devido. E que Rosa estava onde sempre quisera estar: em paz.
Oh, lágrimas, envolvestes aqueles primeiros dias e a todos martirizastes com o teu sofrimento. Esquecimento! Nunca tal sucederia! Eram a família Melo e recomeçariam um novo dia. Uma, outra e outra vez. O povo, esse apenas aplaudiu. Não a triste sorte de Rosa, mas o fim do seu medo. Quanto ao relógio da torre, deixou-se suicidar e nunca mais ninguém ouviu o seu medonho toque…

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