quinta-feira, 12 de julho de 2007

No banco do jardim

Sabe tão bem

ser o primeiro

sabe tão bem

ser o último

sabe tão bem

o viver verdadeiro

sabe tão bem

viver de súbito



querer ter-te comigo

e não te ter

tens rosto fraco

sem delineação

no dia em que surgiste

apareceste

desmanchas-te

para sempre

o meu coração



ser humana tem destas coisas

ser

por não ser

ao manifesto

eu

que quero ser

todas as coisas

sonho

por ser

segredo honesto



no dia em que morrer

voltarei

e viverei

tudo o que não vivi.

no dia em que morrer

saberei

que tive tudo

o que sempre quis



a beleza

de ter-te

a ti

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