sexta-feira, 6 de julho de 2007

A lebre e a tartaruga

Criticam-me.
Aprendi a fechar os ouvidos.
Sentimentos cruéis
Feridos
Afloram-me ao coração.
Criticam-me...

Porque cresce como cresce
Uma fúria impensada
De um odor
Profundo
Absurdo
Impuro
Inesperado?
Rasgo desta crueldade que não consigo esbater
Retirar do meu querer
Enfrentar
E derrotar.

Quero picar
- assim, bem picadinha –
esta minha fotografia.
Sorriso idiota!
Meu Deus, porque te comportas
De forma tão estúpida?!
Muda
Sem voz
Atroz
Maledicente...

Mente!
Por favor, mente!
Não digas que estás carente
E volta ao fingimento,
Adorado fingimento,
De que és tudo
E coisa nenhuma
Absurdo de existência
De um ser caprichoso
E odioso
- Uma bruxa!
Daquelas com caldeirão
Sem coração
E um livro de feitiços.

Por favor:
Transformem-me numa tartaruga
E não me deixem a lebre adormecer!

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