quinta-feira, 28 de maio de 2009
leituras...
terça-feira, 26 de maio de 2009
sábado, 23 de maio de 2009
Narrativas de Macau (15) no princípio...
quarta-feira, 20 de maio de 2009
De um porto que se percorre em crises de personalidade
Foi abrigo de piratas e lar de tancareiras. Hoje vai perdendo a vida que lhe pertence por tradição, no recolher das velas dos pescadores
Das fotos antigas de um Macau ainda por esquecer, recolhe-se uma paisagem infindável de barcos de enorme porte, que também eram casas, que também tinham nomes, mas que não contrastavam com a imponência das construções da nova era. Eram de Macau porque respondiam à sua arquitectura, contavam a sua história e imortalizavam uma vida - uma existência - que ia além das suas pontes, dos seus contornos, dos seus edifícios com cheiro a rio e da sua paisagem com sabor a oriente. No Porto Interior, uma rotina que já era velha quando nascia o Lisboa faz do dia a dia o abraçar de uma nova aventura: sobreviver, quando o mundo impele para a mudança...
O cheiro não pode ter mudado! Faz parte da pesca, do rio, da doca e de uma poluição já contida, mas nunca impedida de se espalhar pelas grades que separam a terra do seu berço e o homem da sua origem. Mascara-se a vista, recolhem-se as redes, mudam-se os trajes e os temas, porventura também as palavras, os deuses e as suas cores, mas permanece o rio, com o seu temperamento, com as suas causas e favores, com os seus rituais e as suas crenças, com a sorte e o azar de cada um, ainda que os tempos se tenham transformado e os ritmos se escrevam com outras sonoridades.
O sol também queima, o rio também brilha, a pele dos homens também curte, envelhece, ante a intensidade da faina, com o odor, ainda que em rio, dos afazeres do mar. Mas mulheres, essas, já por cá não andam, voltaram à terra. Os “tan-kás” que as criavam entraram para uma história que é de Macau e que em Macau ainda se recorda. Ficaram nos contos de Senna Fernandes, nas memórias de Leonel Barros e noutros quantos que se deliciaram em escrever sobre o rostos da terra e do rio que compuseram, durante séculos, esboços de olhares de terna compreensão ou incipiente ignorância e até de amor, múltiplo, incongruente, mas que se desfaz e esconde no Delta do Rio das Pérolas.
Também foi leito de piratas, criminosos do beco e seitas sem nome, de inspirações tão audazes quantas a memória quiser engendrar. Foi campo de mulheres e homens em exaltação do que o mundo, em guerra, poderia – quiçá – renovar, mas também daqueles que se espalharam sobre terra de estrangeiros e se inclinaram na ilusão de que sobressaiam ao seu inferior.
De mãos atadas ou de costas voltadas, do rio se marcou a fronteira que, sobrevivendo, criou terra de estranha designação. E o porto ali se deixou, impregnado do que se ficou por dizer, por ouvir e por ver e, talvez mesmo, por sentir, porque também nele naufragaram segredos que hoje ninguém poderá – ou saberá - desvendar.
Mas a história continua, porque não haveria de continuar? Novas telas se pintam, ainda que em cores de outras terras e em traços de outras gentes. Em sussurro se ouvem outras línguas, porque o global também sabe conquistar um local isolado.
O porto, despejado, revela que também ele evoluiu, encontrou outras formas de contar as suas aventuras e os seus anseios, que saíram da pena e do pergaminho de uns poucos que observavam, para uma maioria que já consegue especular, encontrar e - quem sabe – reinventar votos de um silêncio que não é eterno, apenas obscuro e indigente. Porque o peixe continuará a crescer, a faina continuará a ir de encontro à alvorada e o que é essencial, ainda que o não se recorde, permanecerá como a âncora do que não se quer morto, apenas de visível e melhor aspecto.
No amanhecer do século, vestiu-se a cidade de cores que não as suas, de linguajares que se julgavam distantes e de formas de vida que a terra acolheu. O porto mudou! Fez-se paisagem de jogo, de mesa e conferência. Adquiriu romantismo de cinema onde só existia teatro de palco e poesia de português faminto. Morre para nascer de novo, com outra essência e outras formas, tornando a compor histórias mas de almas menos bravias, menos apaixonadas e, por tal, menos chocadas a crenças de novas gentes.
Talvez se tenha perdido a fé, o tempo e a coragem. Talvez se tenha mesmo rendido à consciência que o que era deixou de ser e em crise de personalidade viva meio perdido naquilo que ainda poderá conquistar. Os que o navegavam esquecem a sua morada e anseiam por um regresso que hoje se faz em terra e já não no rio, já não no mar. Os que o conhecem ditam-lhe a morte, que de velório já vem preparado, e esperam que a mesma paisagem com sabor a oriente, a ocidente adquira um paladar mais requintado, mais belo e mais cinéfilo, pois quem sabe o que o novo – porto – ainda trará aos que hão-de vir...
Mas o que interessa, no final? Ele ainda lá está e ainda faz parte de uma história. O conto de quem chega em manhã de estranho sol de Macau e percorre, sem memórias, o que a mente lhe oferece e em detalhe capta pequenos pedaços do que ainda está por contar. E mesmo reconhecendo o seu fim, mesmo observando marcas do que o futuro lhe trará, consegue também compor, ainda que em retalhos de pano, novas histórias de um tempo que já não lhe pertencerá.
Porque o sol ainda brilha, a pele ainda curte, envelhece, ainda cheira a peixe, a sal, ainda advinha ao mar em que o rio desagua e ainda se sente o sabor do oriente que acolheu, em 500 anos de história, paisagens tão divergentes como aquele rio que fomenta uma memória...
A do Macau que em ainda consegue ser o do antigamente!
C.G.
terça-feira, 19 de maio de 2009
Balada (2)
Em constância do que sonhei ser e serei, nada me percorre com mais intensidade que a audácia de alguns nas suas relações com os outros. A aprendizagem teve línguas, teve nomes, teve cheiros e até teve sons. Teve a sapiência da inexperiência e o sorriso de vários nomes que soletrei sem pensar. Teve música e teve abraços, teve revelações e constatações, mas acima de tudo possuiu aquele ardor de conhecer por se querer, viver porque se vive e saber por que deseja a sabedoria. Do desejo em tons de cinza, caril e luz, perdeu-se o cristal que da riqueza apenas possuía a ilusão da textura. Mas que ilusão mais profunda que a pertinácia de a querer manter?
domingo, 17 de maio de 2009
Eurovisão 2009: e o conto de fadas tornou-se realidade
quinta-feira, 14 de maio de 2009
Narrativas de Macau (14) crescer em Macau
sábado, 9 de maio de 2009
quinta-feira, 7 de maio de 2009
Narrativas de Macau (13) O mais seguro
Updated: 2009-05-06 18:58
SHANGHAI - A plane sent to fetch 98 Chinese citizens from Mexico arrived in Shanghai Wednesday afternoon. All onboard were in normal condition, the city's quarantine bureau said.
The plane landed at Pudong International Airport at 4:32 p.m. The passengers, along with a Shanghai-based infectious disease specialist who accompanied them on the flight, were sent to a hotel for quarantine.
Exams by quarantine officials showed that the passengers and the specialist, Lu Hongzhou, had normal body temperatures.
Lu told Xinhua by telephone that he was meant to treat passengers if they took sick en route and make sure the disease did not spread on the plane.
"We prepared plenty of medicine and instruments and made a detailed response plan," he added.
Each of the passengers received a letter of apology and a Shanghai World Expo mascot, Haibao.
The Shanghai Quarantine Bureau checked the health of all the people on the plane on its arrival, and sterilized the aircraft, luggage and waste.
The plane picked up 79 Chinese nationals in Mexico City and 19 others in Tijuana. It left Guangzhou for the two Mexican cities Monday but was delayed by bad weather.
China suspended direct flights from Mexico to Shanghai starting Saturday after a 25-year-old Mexican man, who arrived in Shanghai Thursday on board flight Aeromexico 098, was later diagnosed with A/H1N1 flu in Hong Kong and put into quarantine.