terça-feira, 19 de maio de 2009

Balada (2)




Os Sapatos (que não são de cristal)

Em constância do que sonhei ser e serei, nada me percorre com mais intensidade que a audácia de alguns nas suas relações com os outros. A aprendizagem teve línguas, teve nomes, teve cheiros e até teve sons. Teve a sapiência da inexperiência e o sorriso de vários nomes que soletrei sem pensar. Teve música e teve abraços, teve revelações e constatações, mas acima de tudo possuiu aquele ardor de conhecer por se querer, viver porque se vive e saber por que deseja a sabedoria. Do desejo em tons de cinza, caril e luz, perdeu-se o cristal que da riqueza apenas possuía a ilusão da textura. Mas que ilusão mais profunda que a pertinácia de a querer manter?

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