domingo, 27 de setembro de 2009

A história

Eu fiz-te ver,


em teimoso sacrifício,


que a adoração


é voto frágil,


inconsequente,


e de tacanha


devoção




Foram outras escolhas,


imagens elaboradas


em papiros escondidos,


esquecidos,


de linguagens desconhecidas


e profissões insconstantes...




Saiba, meu senhor


que não se pede


o inquestionável,


nem se pretende


o proibido;


Quer-se o desejo


do que é palpável


seguro e perdoável,


e que em decisões


transforma o perigo




Foram temas


debates e resoluções...


Passagens de um segredo


que se anseia ainda por desvendar.


Não são ideais


nem breves vergonhas


apenas ilusões


de mártires que por si


se dispõem a imolar




A cabeça ergue-se


indiferente


a paisagens que não são suas


nem de nome;


Recordações de heranças,


apenas essas,


talvez lembranças,


que em vão ainda procuram


de novo se desenhar




A dança recomeça


e a oração é fervorosa...


a beata em fé se defende


da tentação que lhe é exposta,


em guerreiros de outra esperança


em falsificações de si mesma


em soluções sem confiança


e em dissertações em dose incerta;


o tempo revolve


torna-se a esquecer


e o Templo de novo se erige


na inveitável consciência


de que outras histórias


há ainda por escrever


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