quinta-feira, 29 de maio de 2008

Trancada

Da janela do meu quarto
vejo laranjeiras,
beijos do amanhecer,
pertencem à vida que deixo
que bem de perto
quis ver-me nascer

nascer naquele lago
de algas
que tanto nos banha
como afoga.
sensação de desforra
pela benesse pretendida.
primeiro momento de desassossego
de um caminho
que agora arroga
que acusa
e se interroga
na possibilidade do não ser...

fechar a janela não é solução!
muito menos escondê-la!
faz parte dos dias que escolhi
e é nela que escondo
todos os meus profundos
e mais obscuros
momentos

amanhã,
bem cedo,
tranco a porta desse quarto.
Nascer, por nascimento,
este é o dia em que,
mais uma vez,
o faço!

ou tenho que fazer...

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