quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Cartas a um desconhecido XIV



Numa pequena aspiração às coisas que mais amo no mundo, compreendi que, afinal, não te conhecia. Quem és? Uma imagem translúcida que paira na minha memória sem traços definidos. És uma sombra. Um pedaço perdido de um quadro pintado sobre uma longa história. Cores esquecidas pela imprensa, esbatidas no prelo. Um quadro sem nome nas paredes do céu. Do meu céu.



Ajuda-me!



Uma angústia sem nome apdoera-se da minha boa vontade, do meu arbítrio. Não sou ninguém se não a conseguir dominar. Os segundos passam; que farei sem eles? Sinto-me afundar num terreno movediço que desconheço a origem. Encontrar pessoas que desconheço pela simples razão de encontrar. Vou perdendo o apreço ao que amo por uma história para contar.

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