Não percebo porque ainda me escondo daquele que me procuram. Cheguei a ansiar essa procura, esse desejo, cheguei a implorar que me olhassem e me dissessem que me reconheciam no meio da multidão opaca e sem rosto. Nessas alturas costumava olhar em frente e sentir uma vitalidade que envergonhou muitos dos que se consideravam superiores a mim. Pois claro! Conseguia fazer-lhes frente, olhá-los sem medo e gritar, gritar bem alto, Consegui! Estou aqui! Enfrentei-vos! Como não me sentir realizada? A vida corria-me bem.
Depois, aconteceu... Não sei bem como ou porquê, não sei se foi a minha arrogância, a minha cegueira, ou a própria ambição de ir mais além. De repente estava só e não me preocupava com isso. Estava sozinha no desejo de o estar e não querer mais ninguém ao meu lado para além daqueles que eu determinava. Que não eram muitos, diga-se. O meu gato, independente, o meu cão, fiel, e o meu piriquito, que morreu na gaiola ao fim de dois meses. Não chorei nem lhe fiz um enterro. Julgo que o gato o comeu nos dias em que me esqueci de lhe dar de comer. Enfim... Contrariedades da vida. Naqueles dias eu própria queria servir de alimento ao meu gato.
Depois, aconteceu... Não sei bem como ou porquê, não sei se foi a minha arrogância, a minha cegueira, ou a própria ambição de ir mais além. De repente estava só e não me preocupava com isso. Estava sozinha no desejo de o estar e não querer mais ninguém ao meu lado para além daqueles que eu determinava. Que não eram muitos, diga-se. O meu gato, independente, o meu cão, fiel, e o meu piriquito, que morreu na gaiola ao fim de dois meses. Não chorei nem lhe fiz um enterro. Julgo que o gato o comeu nos dias em que me esqueci de lhe dar de comer. Enfim... Contrariedades da vida. Naqueles dias eu própria queria servir de alimento ao meu gato.
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