domingo, 16 de maio de 2010

Hood à maneira de Scott

Estava aqui a lembrar dos filmes do Robin Hood que conheço, e inclusive da série que passou aqui há uns tempos, de forma a comparar com o trabalho de Ridley Scott que vi ontem à noite. Está interessante, de facto. Revitaliza a história de uma forma diferente do tradicional. Ainda que durante a maior parte do filme estivesse à espera de ver o Coliseu romano a qualquer momento, o filme lá se conseguiu distanciar.
Tem umas quantas incongruências históricas, mas perdoa-se. O trailer era bastante enganador. Dava a sensação de que iriamos acompanhar as aventuras de Robin Hood pela Floresta de Sherwood, quando afinal a película mais não trata que o nascimento da lenda, terminando justamente no momento em que o princípe dos ladrões se refugia na Floresta (e pelo caminho salva Inglaterra e conquista a menina do filme).
Vemos um Rei Ricardo que em tudo se afastada da tradicional imagem do Coração de leão. Pessoalmente, associo sempre o Sean Connery ao papel, e ver um rei pequenito, gordo e sanguinário teve a sua surpresa. Ao mesmo tempo, deu-se a dupla visão que paira sobre esse rei, visto como um herói por uns e como um tirano por outros.
É sobretudo o povo que se evidencia, a revolta do povo contra os senhores das terras. Por tal, o Robin Hood não é um fidalgo ou um nobre como em outras adaptações, mas um soldado a soldo que se desencanta com a guerra. Nem patriota nem nobre, um filósofo. Apesar de lá para o fim, que no trailer dava a sensação de ser o início do filme, virmos a descobrir que o rapaz até tem uma certa linhagem.
É um filme de guerra, como não poderia deixar de ser, que muito nos remete para Gladiador. Demora imenso a arrancar com a história, mas vai compensando com as aparições de uma Lady Marion muito pouco convencional.
De resto tem as célebres personagens, o Frei Tuck, o João Pequeno, o Principe/Rei João com uma paixão por uma francesa que a dado instante até nos faz gostar dele.
Como dizia mais acima, é o Robin Hood do povo, olhando para os que estão acima de si, vendo-lhes as virtudes e os defeitos. Hood à maneira de Scott, fazendo o espectador esperar pelo Circo Romano. Não está mau, mas vai ser esquecido.

2 comentários:

Roberto Simões disse...

Ainda não vi. Quero muito ver.

Cumps.
Roberto Simões
» CINEROAD – A Estrada do Cinema «

claudiagameiro disse...

Fiquei um pouco condicionada na minha percepção, uma vez que ia à espera de outra abordagem à história. O filme, a meu ver, vale o tempo e o dinheiro, e tem uma Cate Blanchett deliciosa. Tem em atenção que vão contar o "antes" da história, como tudo começou. Ficarei a aguardar pela tua crítica ;)