O filme tem 45 minutos. Uma curta, mais correcta denominação. As cenas sucedem em travelling agitado, não têm destino, apenas inquietação. São favores que em sínteses de olhar se apercebem e que o espectador quer beber, por entender que o fim da narrativa é o princípio de uma vida. Cruel ou conto de fadas, não são decisões, são inconstâncias, temperamentos que ardem, ferem ou matam consoante o aguçar das lágrimas, porque a lua desce, o tempo padece e o regresso é o inevitável findar de uma viagem sem nome. As canções mudam, os nomes também, as sombras adquirem novos tamanhos porque nelas se desenrola a vida e o sonho, os rostos contraem-se...são cegos...nada vêem e nada sentem...apenas encontram lugar nas imagens daquilo que são e que nunca - pensam - deixarão um dia.
Fez recordar estranha música, este filme de tela inacabada. Não foi perfeito, não foi escrito para ser estrela de cinema. É o clássico, que em sílabas se reproduz, em definições se abrilhanta, mas que não é mais que o simples sentir do seu nome...
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