Ano fraquinho este, que hoje termina. Não ficou nada de marcante nem de memorável, nem me parece que dos filmes que saíram até ao momento, pelo menos em Portugal, se retire algum clássico para a posteridade. Lembrando de alguns nomes mais sonantes que passaram pelas salas, parece que o Inception terá sido "o" filme do ano. A nível da personagem, Leonardo Dicaprio não se afastou muito do protagonista de Shutter Island e talvez tenha perdido com isso. Mas quanto a efeitos, ideia original, carisma dos actores secundários e mesmo na realização, o filme tem os seus trunfos e fica-me na memória para 2010.
De trabalhos bem mais esquecidos, passava ontem pelas noites da RTP uma obra muito particular de Keira Knightley, a querer mostrar que consegue ser muito mais que a menina bonita dos Piratas ou a protagonista de dramas de época. Falta-lhe alguma garra, digamos, algum carisma, no seu Domino. Esforça-se e nota-se-lhe o esforço, mas não consegue sair do registo da "girl next door", demasiado querida, demasiado fofinha, demasiado a querer agradar para que a personagem se torne convincente. E o filme, cuja ideia até era interessante e a concepção está carismática, perde com a falta de peso da personagem feminina. Na maioria das vezes parece que estamos a ver a Elisabete Bennett aos gritos ou a tentar mostrar que está zangada. É sensual sim e o lado de Beverly Hills 90210 é conseguido, mas não o outro, o que se queria verdadeiro, da caçadora de prémios. Falta-lhe intensidade, verdadeiro gozo pela profissão que escolheu. Há demasiado esforço em querer parecer sensual. Ela já o é. Tudo o resto soa a falso e ele parece mais frágil do que propriamente a mulher forte e capaz de tudo que se pretendia.
Mas enfim, talvez fosse mesmo essa a ideia. O filme não está mau e tem alguns momentos particulares, sendo que as restantes personagens estão bem conseguidas. A realização é um pouco psicótica, talvez demais, e falha-se pelo exagero. Mas valoriza um argumento algo pobre e sem grande entusiasmo, que cai nos clichés tradicionais.
Para o registo do fim de ano, fica uma fotografia interessante e uma película que procura ser original, ainda que se fique pela rama. Vale pela Keira, apesar de tudo, que mesmo assim consegue prometer. Julgo que a menina está mais para papéis dramáticos do que de porrada e a vontade de fazer algo diferente é boa, mas para já ser sexy não chega e é preciso , talvez, ter carisma para ir mais longe.
De trabalhos bem mais esquecidos, passava ontem pelas noites da RTP uma obra muito particular de Keira Knightley, a querer mostrar que consegue ser muito mais que a menina bonita dos Piratas ou a protagonista de dramas de época. Falta-lhe alguma garra, digamos, algum carisma, no seu Domino. Esforça-se e nota-se-lhe o esforço, mas não consegue sair do registo da "girl next door", demasiado querida, demasiado fofinha, demasiado a querer agradar para que a personagem se torne convincente. E o filme, cuja ideia até era interessante e a concepção está carismática, perde com a falta de peso da personagem feminina. Na maioria das vezes parece que estamos a ver a Elisabete Bennett aos gritos ou a tentar mostrar que está zangada. É sensual sim e o lado de Beverly Hills 90210 é conseguido, mas não o outro, o que se queria verdadeiro, da caçadora de prémios. Falta-lhe intensidade, verdadeiro gozo pela profissão que escolheu. Há demasiado esforço em querer parecer sensual. Ela já o é. Tudo o resto soa a falso e ele parece mais frágil do que propriamente a mulher forte e capaz de tudo que se pretendia.
Mas enfim, talvez fosse mesmo essa a ideia. O filme não está mau e tem alguns momentos particulares, sendo que as restantes personagens estão bem conseguidas. A realização é um pouco psicótica, talvez demais, e falha-se pelo exagero. Mas valoriza um argumento algo pobre e sem grande entusiasmo, que cai nos clichés tradicionais.
Para o registo do fim de ano, fica uma fotografia interessante e uma película que procura ser original, ainda que se fique pela rama. Vale pela Keira, apesar de tudo, que mesmo assim consegue prometer. Julgo que a menina está mais para papéis dramáticos do que de porrada e a vontade de fazer algo diferente é boa, mas para já ser sexy não chega e é preciso , talvez, ter carisma para ir mais longe.